sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A borboleta.


Já pensou em como seria viver como uma borboleta? Já parou para pensar em como deve ser bom voar? E quantas vezes você já percebeu como é linda a pintura de suas asas? Alguma vez você notou quão brilhante elas são? Duvido que tenha sentido vontade de acariciar o corpo veludo de uma delas. Dá para contar nos dedos quantas vezes pude ver bem de pertinho esse encanto voador. E, de longe, eu admiro sua força e suavidade juntas. Queria eu ser livre feito uma borboleta! Mas será que elas são livres de fato? Certa vez, li um texto que falava sobre um homem piedoso que ajudou uma borboleta a sair de seu casulo, pensando estar ajudando-a. O que o bom homem não sabia era que aquela borboleta precisava se esforçar, forçar e até se ferir (se fosse o caso) para que pudesse, enfim, sair do casulo. O casulo era seu cárcere, alojamento finito. Um dia, ela se libertaria, em vista que viveu muito tempo rastejando em sua vida de lagarta. Mas tudo aquilo era preciso. Quando o homem de boa vontade abriu o casulo, ele fez a maior maldade com a natureza: deixou uma borboleta inválida. Sua invalidez a impedia de voar, suas asas nem abriram de fato, pois não teve a chance de forçá-las para tentar abrir o casulo. O homem, ao ajudá-la, pensou que ela estivesse pronta para sair e apenas não tinha forças para rasgar o forte saco que a segurava. Infelizmente, este homem cometeu um grande engano. Tirara eu deste texto uma grande lição. As pessoas precisam se esforçar, precisam cair e se levantar sozinhas, têm a necessidade de se ferir para sentir dor e cuidar de suas feridas. Se não souberem como agir em situações difíceis, não saberão viver jamais. Como uma criança aprenderá a andar, se não a deixarmos se levantar sozinha quando cair? E como seguirá em frente se não a deixarmos caminhar sozinha? Algumas coisas precisam ser feitas sem ajuda. Se bem que uma mãozinha não faz mal. Considera-se livre a borboleta da história? E você, considera-se livre? Ou preso eternamente em sua própria preguiça e acomodação? Levante desta cadeira e vá viver. Desacomode-se, liberte-se! E eu ainda viro uma borboleta.

Rápido em demasia.


Vida que chega de repente, sem bater, sem avisar. E já veio fazendo mudanças, transformando duas vidas em uma só e fazendo dessas vidas um tormento sem fim, onde os dois se vêem sem saída e sem ter o que fazer.
Entretando, visto que chegou sem aviso, partiu da mesma maneira. Sem deixar nenhum vestígio, nem recado, nem abraço, nem um gesto de afeto, como se fosse rejeitado sem nem ter tido chance de se apresentar. Só o que resta é a lembrança daquele ser que poderia ser uma linda criança, mas o destino não quis deixar desse nosso mundo ele disfrutar.
E que sem razão nenhuma, não havia explicação, de repente ele sentiu parar de bater seu coração, se sentindo sufocado, foi ficando agoniado, tentou de tudo pra sair dessa, só que tudo dava errado. O que seria aquilo? Terá sido provocado? Ela jamais faria isso, ele ja estava sendo amado. Quando ela descobriu, já era tarde, não havia salvação, o pequeno ser já não tinha pulsação. E tudo por culpa de uma medicação que ela havia tomado há alguns dias, não era sua culpa, ela não fazia nem idéia que na sua barriga um bebê crescia. Como ela contaria pra sua família, que no seu ventre um novo e pequeno coração batia?
Mas Deus escreve certo por linhas tortas, e o bebê partiu deixando um bilhete na porta: "Fiquei por pouco tempo, mas todo tempo é o bastante pra viver a vida de qualquer forma emocionante. Não fui pêgo em seus braços, mas pude estar dentro de ti, não haveria melhor lugar. Uma criança, não tive chance de ser, mas não perco a esperança de que um dia a gente vá se ver."
E essa mãe, como fica? Com a saudade no peito e a certeza na mente de que ainda terá sua chance novamente.

Escrevi este em homenagem à uma pessoa querida.
Mel.

Amar: um jogo.


Ah, o amor! Sentimento raro, ímpar, diferente, emocionante, bonito, sincero, gostoso e difícil de lidar. Tenho pensado seriamente que nunca vou entender esse "tal de amor". Ele só me complica, me confunde, me deixa louca e me põe em ciladas. Percebo pouco a pouco que não se ama apenas uma vez na vida, é que apenas uma vez a intensidade é profunda e notável. Tenho a imprensão de que o amor está aprontanto mais uma para mim, mas não tenho mais medo. Quero ver do que ele é capaz. Eu dou as cartas. Que comece o jogo!

O par perfeito.


Sonho em poder estar ao lado de alguém que seja capaz de me fazer sorrir sem motivos. Quero alguém que fale das estrelas e de belas canções. Alguém que recite ao menos uma poesia para mim, seja ela de criação própria ou a mais clichê. Quero alguém com conteúdo.
Lembro-me que em meus desejos mais antigos e tão profundos quanto ocultos, lá da época em que tinha uns oito anos, o "garoto dos meus sonhos" deveria ser assim: pele macia, estatura média ou baixa, mãos pequenas (proporcionais às minhas), voz suave, sorriso bonito e sincero, olhar profundo e distraído - quando ficasse constrangido, pernas grossas e uma bumbum de dar inveja à qualquer mulher.
Nessa idade, o único homem que eu conhecia era meu pai - que não foi o melhor exemplo de homem - assim, era difícil descrever o que esperava das atitudes de um homem. Ao longo da vida conheci muitos homens distintos e alguns até extintos e especiais. Em cada um deles pude encontrar inúmeros defeitos e incontáveis qualidades. A partir daí, descrevi o homem ideal.
Esse homem deve ser, mais ou menos, assim: atencioso, carinhoso, leal, sincero, imprevisível, simples, humilde, gentil, honesto e educado. Deve saber como tratar uma mulher em toda e qualquer situação, conhecer os limites da paixão e do amor, saber reconhecer uma amizade verdadeira, impor-se limites quando necessário, rever suas atitudes impensadas, manter sua postura e moral sempre em alta. este homem vai saber o que dizer quando eu precisar do conselho de um amigo, ele vai saber exatamente quando é o momento de falar e o momento de ser como um cão - que é o melhor amigo do homem, embora nunca tenha lhe dirigido a palavra, apenas ouve e fica ao seu lado.
Sei que faço e sempre fiz essas exigências por medo. Tenho medo de me entregar, medo de me apaixonar perdidamente. Morro de medo de amar e perder. Escolhendo dessa maneira pouco prudente, acho que nunca vou encontrar a pessoa que vai me fazer enxergar a vida de outra maneira. Pois essa pessoa não existe.
O homem que idealizo pode não ser um homem perfeito, mas é o homem perfeito para mim. Só ele pode me completar verdadeiramente. Vou esperar por ele se ele estiver à minha espera. Acredito no amor, mas não mais me iludo com ele. Apenas quero crescer e ser feliz, se o amor for consequência disso acontecer, eu aceito.
" Desejo é a vontade do corpo e vontade é o desejo da mente. Você cria o que é e você é o que cria. Não crie expectativas com nada, deixe as coisas acontecerem, ou quer ser apenas uma expectativa?".

A reviravolta.


Hoje percebi que não era amor. Ou, se era, acabou de verdade. Agora entendo que mesmo quando o amor é verdadeiro, daqueles que nos torna capazes de qualquer coisa, chega um momento que se esgota e tudo vai por água abaixo.
Uma paixão quando acaba vira amizade, ou só carinho ou indiferença. Quando um amor chega no fim, os piores defeitos começam a aparecer, as verdades aparecem, os enganos se desfazem, as mentiras são reveladas e os segredos são expostos. Aquele amor tão forte e valioso vira casca de banana em meio ao lixão. É quando a gente entende, verdadeiramente, porque o amor se torna ódio.
Quando tudo se acaba, o respeito vira saco de pancada em dia de treino e enfraquece aos poucos até que chega ao limite, o chão. No momento em que acaba o respeito, todos os sentimentos automaticamente se transformam em seus inversos. Discórdia, desafeto, desamor, deslealdade, mentira, falta de comunicação e consideração é tudo o que resta. Aí, chega a hora de tomar vergonha na cara e mandar tudo para o inferno!
Só enfim, posso viver plena e tranquilamente feliz. Me sinto mais livre comigo mesma e, assim, sou livre para com o mundo. Só faço o que for melhor para mim e o que me faça sentir bem. Não vou deixar que ninguém e nenhum motivo banal atrapalhe esse momento. Só quero sorrir.

No fim.


Acabou. Dessa vez com mais força, quando os dois já não tinham mais forças para manter a relação de pé. Quando o amor já não era mais razão suficiente para deixar tudo do jeito que estava ou como gostaríamos que estivesse. Já que foi tanto tempo em que se fizeram cúmplices, amantes, namorados e enamorados.
Poucos dias para se apaixonar e tantos para aproveitar o tempo que passaram juntos. Tempo muito bem aproveitado, todo o desejo saciado, embora tudo se faça desimportante se o coração é maltratado. Contudo, nada de fato está acabado.
Um amor real é sempre muito natural. Coisas acontecem despercebidas, atos cometidos sem pensar, erros se mostram exaltados quando eram mantidos secretos no íntimo de cada um. Segredos que se ocultavam com firmeza se tornam transparentes e expostos com clareza.
É aí que a mágoa do presente faz voltar coisas do passado. Talvez um amor mal acabado, mal resolvido e também mal amado. Ou um passado distorcido, magoado, marcado e mal vivido. A vontade de viver novamente e terminar o interminável, desperta a vontade de querer viver de novo aquele passado. Mas a incerteza do amor sofrido traz a tristeza de um coração partido. E quem iria querer isso outra vez? É bem melhor seguir e esquecer o que aquele amor fez.
O amor nos faz pensar em coisas boas, pára o tempo, nos faz cometer atrocidades, nos faz sorrir e chorar ao mesmo tempo. Por amor pulamos muros, rolamos asfalto... Montanhas abaixo. Dançamos no compasso de qualquer música, mudamos de roupa e até de comportamento, gargalhamos por nada e choramos para chamar a atenção.
Quando há amor, o tempo passa e a gente não vê, tudo acontece sem que percebamos. Fazemos coisas sem pensar, planos, promessas e loucuras. Fugimos às regras e somos capazes de até matar. Imagine esse amor tão imenso acabar. A dor é incontrolável, gigante e imediata. Daí, perguntamos: "Depois de tudo o que passamos?", "Tem certeza de que é isso que você quer?" ou "E agora, como vou viver?". Chega, então, o momento de levantar a cabeça, sorrir e reconhecer pra si: "Nasci sem ele, vivi muito para ele, fiz muito por ele, fui feliz. Mas a vida é de quem mesmo? Minha! Agora é hora de viver para mim, fazer por mim e ser feliz comigo mesma."
A saudade machuca. A dependência ainda existe e o amor continua imenso. Mas chegou a hora de viver sozinha. Você não pode ficar chorando, se lamentando e se perguntando o que ele deve estar fazendo naquele momento. A conformação um dia chega e traz com ela força e sustentação.
Não importa o que você faça, o importante é que te faça bem. O que bem fizer, pra si é.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Um brinde à paixão!


Eu costumava dizer que as mais belas paixões são aquelas vividas com o fervor do corpo e a firmeza da alma. E quem nunca viveu uma paixão? Aquela paixão que avisa que está chegando com uma batidinha de leve no coração. É fácil saber se estamos apaixonados ou se é apenas afair. Quando nos apaixonamos, sentimos um desejo inexplicável e incomparável pela pessoa. O coração dispara quando há a proximidade, a respiração fica ofegante ao tocar dos lábios, os olhos se reviram automaticamente, a vontade de estar com a pessoa é constante e não medimos esforços para isso. Se o telefone toca, corremos para atender na esperança de ser aquela pessoa. Sem falar do sorriso que se esbanja sem limite ao falar na tal pessoa, com clareza que cometemos o ato de falar do mesmo sem cessar. A paixão nos torna amáveis, nos deixa calmos e quentes, ao decorrer que nos faz ter as mais fortes sensações. Em vista disso, nos traz também o risco de nos tornar indóceis ao término desse sentimento tão rápido e forte. Tão gigante é a paixão quanto o amor é, porém com menos tempo de vida útil. Tão fugaz é a paixão quanto nocivo é o amor, tal amor se esconde por detrás da paixão como uma criança se esconde atrás da mãe para se proteger. O amor é servo da paixão e nós somos aliados à mesma. Quando a paixão chega, é uma chance de ser feliz, vale a pena apostar todas as fichas, mesmo sabendo que é só paixão. A paixão, por mais curto que seja seu tempo e por mais longa que seja a caminhada para a realidade pós romance, é válida. Qualquer que seja, por quem seja. O que vale é aproveitar cada instante dessa paixão com a certeza de que vai acabar a qualquer momento. É desconhecedor da ilusão aquele que acredita que as coisas têm fim e não se prende a pequenos detalhes. É feliz quem é capaz de sentir uma paixão com paixão e todos nós somos capazes. Aproveitemos! Brindemos às paixões profundas e ligeiras.

Peque. Ame.



Se amar fosse pecado, todos nós seríamos punidos. E se fôssemos punidos, quereríamos amar? Muitos falam de amor como se falasse de uma receita de pizza; basta dedilhar com carinho a massa e deixá-la descansar por uns minutos, depois é só esticar com cuidado. O amor é mais que uma massa rechonchuda que ao forno cresce e alimenta os famintos. O amor é, de longe, o sentimento mais difícil de se sentir, a maneira mais longínqua de se expressar, a forma mais remota da vida real. Quem ama sabe. Peca-lhe ao amor quem o ama sem amar. Peca-lhe a si mesmo quem vive sem amar. Amai mesmo que seja sem querer, mesmo que por brincadeira, faça sempre o amor valer. E seja toda e qualquer forma de amor a mais sincera forma de amar. Se amar fosse pecado, estaria o inferno cheio de anjos caídos, porém felizes. E o céu, sem ao menos uma mísera alma amada.